sábado, 5 de julho de 2014

Depressão

Sempre fui uma pessoa com altos e baixos a nível de humor, poderá por ser mulher, ai as hormonas das mulheres!, ou sistema nervosa desadequado, sei que não tenho problemas de tiróide, algo que poderia ser hereditário, uma vez que a minha mãe teve.
Em momentos posso estar alegre, bem disposta, como de repente poderei estar aborrecida, irritada, com um humor péssimo.
Existindo uma relação com praticamente três anos, pautada por variadíssimas discussões, mal-estares, na minha opinião com mais pontos negativos do que positivos, pode não ajudar a que me sinta sempre ou a maior parte das vezes bem.
Após dois anos de namoro e um ano e meio a vivermos juntos, e visto que ele estava a chegar a casa dos 40 anos, decidimos avançar para a próxima fase... Um filho. Sempre tive aquela ideia de que lá para os 30 pensaria nisso, mas o facto de ele estar a chegar aos 40, apesar de eu ser mais nova doze anos, acabei por ceder.
Passado uns cinco meses descobri que estava grávida, fiquei bastante contente, mas existiu algo que não me deixou assim tão contente, a reacção dele não foi a esperada, ele ficou bastante apreensivo por ter tido problemas cardíacos na sua infância.
A gravidez correu bem, apesar das discussões entre nós, fazendo com que muitas das vezes me questionasse sobre se teria tomado a melhor decisão de engravidar, e levando-me a querer sair de casa, mas nunca tive coragem para o fazer, ele ia dizendo que eu estava a sofrer de depressão pré-parto, uma vez que por tudo e por nada desatava a chorar, eu respondia que eram as hormonas, e sempre achei que sim.
Com o nascimento do nosso rebento, os dias bons e os dias maus continuaram, o facto do contrato de trabalho não ter sido renovado devido a gravidez, não encontrar trabalho, o viver única e exclusivamente para o pequenito, faziam com que a cada discussão eu começasse a chorar, ele a dizer que é normal os casais terem discussões, o eu ir as consultas e a médica a aperceber-se que não andava a 100%, aceitei que fosse marcada uma consulta de psiquiatria.
A consulta demorou uns três meses a ser agendada. Chegado o dia até me sentia bem, tinha acabado de sair do Centro de Emprego com um possível estágio emprego perto de casa, mas assim que entrei no consultório médico, e tendo em conta que fiquei um bom par de horas a espera, a carga emocional foi elevada, não conseguia falar sem as lágrimas estarem a correr pela face, diagnóstico depressão, medicação foi receitada, apesar de não o querer, a resposta do médico foi que no estado em que me encontrava a psicoterapia não seria a melhor solução, necessitava de algo mais "rápido" para fazer efeito.
A primeira semana de medicação fez com que me sentisse um pouco melhor, mais bem disposto, o choro já não estava tão presente, quando fui a consulta com a médica de família comentei que não sei se seria o efeito placebo, ela também achou que estava melhor.
A verdade é que passados mais de três meses de medicação não sinto que esteja efectivamente a funcionar, continuo a ter aqueles momentos maus e de choro, principalmente na altura do período fico possessa, fico extremamente irritada, até a procurar confronto ligeiramente físico com o meu companheiro.
Felizmente após oito meses depois do parto consegui arranjar trabalho, sentindo-me um bocadinho melhor, mas não acho que seja derivado a medicação, na última consulta médica estive bastante tempo com a médica a conversar sobre diversas situações do que acontecia em casa, do que sinto, da medicação. A médica acha que a medicação não seja a mais adequada para mim, mas continua achar que devo continuar medicada e que também deveria conversar com alguém especializado, se não for o psiquiatra a que fui, outra pessoa, psiquiatra ou psicólogo, então ficou combinado que iria tentar encontrar alguém, se não ela iria encaminhar-me novamente para o psiquiatra.

Sempre me senti uma pessoa extremamente nervosa, tendo a perfeita noção que flutuo muito rapidamente entre humores, não gosto do que sinto muito das vezes. Os meus sentimentos/pensamentos acabam por ser negativos, que mais valia não estar com eles, que eles ficariam bem melhor sem a minha presença, que seria melhor agarrar no meu filho e separar-me do pai (com toda a certeza com custódia partilhada), mas depois penso que não devo separá-los, que o meu companheiro merece acompanhar toda a evolução do nosso filho, por vezes sentimentos muito díspares, mas aqui continuo nesta rotina.
O meu companheiro já não tem muita paciência para me aturar, para aturar as minhas cenas, como ele diz variadíssimas vezes. Muitas vezes não o quero irritar, mas ele começa logo a dizer que o estou a irritar, e depois fica ainda mais irritado por eu lhe dizer que mais vale estar calada!!!!

Mulheres não são fáceis de aturar, pelo que a maioria dos homens dizem, então o meu deve dizer que sou literalmente impossível de aturar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

1 comentário:

  1. Parece-me que tem de continuar a usufruir da ajuda médica e acima de tudo, penso eu que sou uma leiga, precisa de muito apoio familiar o que poderá estar a falhar!

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