quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vida de casada?

Já marquei a consulta de psicologia para a próxima semana, disse ao B. que achava que era melhor ele ir comigo a primeira consulta, uma vez que ele encontra tantos defeitos na minha pessoa, que não tenho atitude, que me faço de vítima, que não mudo, que agora tenho um filho e um marido por isso tenho que tomar conta da casa. Hum... Como foi que ele disse??? Basicamente como sou mulher tenho determinadas obrigações, na altura, como estava enervada o comentário acabou por me passar ao lado, mas quando comecei a matutar no que ele me disse, só me surgiu uma palavra... Machista!
Quando começámos a pensar em morar juntos ficou combinado que eu trataria da casa e ele cozinhava, ao início realmente era assim, mas também teria que ser, uma vez que estava a fazer um horário de trabalho que saia às 22h.
Não digo que seja por ser filha única que a minha mãe não me incutiu a fazer a lida da casa nem a cozinhar, só sabia fazer o mais básico, acho que foi mais por ela chegar tarde a casa e querer despachar-se o mais depressa possível. Admito que sempre fui um pouco muito preguiçosa, preferia estar a ler, a ver séries ou filmes. :o
Com o facto de ter passado algum tempo em casa, por ter estado desempregada e depois fazer o horário, dito normal, de trabalho, e ele chegar tarde a casa a parte da refeição foi ficando à minha responsabilidade, o que significa que aquela conversa de inicio de ajuntamento foi para lá longe.
Se ele fosse uma pessoa fácil de agradar a nível de comida, talvez não fosse um stress para mim pensar no que fazer! Até a pouco tempo era massas, era o que gostava, claro que também comíamos outras coisas, mas ele não come carne de porco nem de vaca, o que não significa que não seja bom, sendo eu uma naba na cozinha nunca conseguia ter uma ideia concreta do que fazer, agora anda na onda no arroz, só quer arroz, qualquer coisa com arroz, nada de massas!!! Afff!!! Quando já estava grávida e ainda não estava de baixa, decidi comprar uma Bimby, a verdade foi que naqueles primeiros meses pouco ou nada a usava, não estava nada a vontade e sentia que tinha que perder algum tempo para encontrar receitas, ter os ingredientes atempadamente, e lá foi ficando a Bimby na bancada da cozinha. Quando fiquei de baixa já a comecei a usar, ou para bolos ou para sopas, era o que acabava mais por fazer, claro que a linha não aguenta com os bolos. É verdade que ainda agora a uso mais para fazer sopas do que propriamente outros pratos, ainda ia fazendo refeições com bacalhau, mas agora ele não quer, porque leva natas, ou seja, acabo por ficar um pouco limitada, pelo menos na minha cabeça!

No domingo, acabámos por ter mais uma discussão, a gritarmos um com o outro, eu a chorar e o nosso filho a chorar, pequeno mas esperto como tudo, e novamente a dizer que devo procurar ajuda, que não sou boa da cabeça, ficou irritado ao ponto de dizer que me partia toda, e que se não fosse pelo nosso filho já me tinha mandado embora e que se até ao fim da semana não alterasse o meu comportamento que era para eu ir embora! Que belo comentário!
Não sei mesmo se há volta a dar na nossa relação, ele está saturado do meu comportamento, eu também acabo por estar, muitas vezes, basta eu dizer qualquer coisa, um comentário que na minha opinião não é nada por aí além, ele começa logo não me irrites, já deves estar farta de estar bem.
Fomos a uma festa de anos, o pequeno adora provar tudo, e mal vê comida começa logo a chamar atenção para lhe darem, então uma tia do B. deu-lhe um bocado de bolo, eu olhei para ele e passado um pouco começa ele, não sabes dizer para não lhe darem doces, não és a mãe dele??? Fiquei passada, eu sou uma pessoa que gosta de passar despercebida e aquele comentário no meio de uma sala com imensas pessoas fez com que desejasse ter um buraquinho onde me enfiar. Como fiquei enervada com a situação, ainda para mais não tinha levado a minha chave, fui dizer-lhe que queria ir embora, começou logo a implicar comigo, mas porquê que queria ir para casa e depois lá veio o assunto parar à minha falta de atitude! E depois quando chegou a casa veio todo querido, com beijinhos, como se nada tivesse acontecido. Eu não consigo reagir dessa maneira quando ele me lixa a cabeça, fico a remoer naquilo, mas é verdade que muitas das vezes que me passo eu acabo por depois tentar apaziguar as coisas, ele reage da mesma forma do que eu, demora algum tempo a digerir...
Não há dia que não pense em voltar para casa dos meus pais, mas a cobardia faz com que não tome essa decisão, 

Sem comentários:

Enviar um comentário